Marcos 5.12-13: “E os espíritos imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para que entremos neles. Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram”.
Cheguei à cidade do Rio de Janeiro, um dia após a tomada pela polícia do conjunto de favelas de onde os homens do tráfico de drogas comandavam o crime organizado na cidade. Durante muitos anos, o comando da vida das pessoas que moravam naquelas localidades pertencia aos agentes da violência, da destruição e do vício. Estes marginais impuseram um modo de vida à comunidade, que transformou seu ambiente em sepulcros de pessoas vivas, prisões e grilhões que traziam a sensação de morte iminente. Esta era a mesma sensação daquele homem de Genesaré, subjugado por satanás; vivia preso aos grilhões do mal que impedia uma vida normal e em paz. Quando Jesus deparou-se com aquele homem, Ele o reconheceu como Filho de Deus e foi abençoado por Ele com a libertação das amarras impostas por satanás à sua vida. Longe de fazer qualquer comparação com o caso da cidade do Rio de Janeiro, mas observo, todos os dias, pessoas presas às suas prisões de alma, que as impede de viver abundantemente, por nunca submeteram as suas necessidades ao Senhor. Vivem enfermas, doentes do corpo, da alma e, principalmente, das enfermidades sociais. Todos os dias, nos sinais de trânsito, pessoas exploram suas deficiências, mendigando o pão, quando poderiam estar libertos de seus sepulcros. Mas, ao invés disso, preferem viver nestas prisões de alma, sem nunca enfrentar os seus demônios. Sabemos quanto é difícil viver naquelas comunidades, mas não podemos negar que o domínio dos marginais é resultado da inoperância e da negligência do Estado em estar presente na vida da população. Como Jesus, a igreja, os cristãos e todos os que detêm o poder de influenciar na vida dos que carecem da liberdade, da paz e das bênçãos de Deus, devem agir como instrumentos divinos neste mundo. A vida que Jesus propõe passa pelo suportar uns aos outros em amor, cuidando de suas necessidades, transformando em bênçãos as dores e as enfermidades da vida, agindo para que sejam libertos das prisões da alma e daquelas que são impostas pela sociedade.
Senhor, permite que nós sejamos instrumentos da promoção da justiça, da verdade e da vida em todos os ambiente que estivermos presentes. Que por nossas mãos, as pessoas possam sentir o manifestar da tua graça em suas vidas. Permite que possamos agir sempre como teus ministros da reconciliação.
Rev. Fred Souto+
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