Governo do Justo



Marina, com o apoio de juristas, líderes e parlamentares cristãos, durante a campanha eleitoral, informou à sociedade que se eleita não tomaria nenhuma iniciativa, na qualidade de chefe do Executivo, com o objetivo de descriminalizar o aborto no Brasil. Disse ainda que, se necessário e se provocada, não restringiria o assunto ao Congresso Nacional. Ela entende que um tema com esta complexidade não pode ficar restrito aos parlamentares, mas sim submetido a um profundo e amplo debate pela sociedade, por meio de um plebiscito.
Importante esclarecer que o presidente não convoca plebiscito, mas sim o Congresso Nacional. Marina defende esta forma de decidir o assunto, mas não o convocaria. Entendemos que Marina inteligentemente optou por discutir este tema tão sério e delicado com o povo, na convicção de que os brasileiros saberão responder a essa questão, como demonstram todas as pesquisas sobre o tema.
Portanto, deixar um assunto tão complexo para deputados e senadores pode ser um risco à vida. Pois é bem mais fácil para os defensores do aborto obter maioria no Congresso do que na decisão popular. O plebiscito, aliás, teria a vantagem de dar fim às contínuas tentativas de mudar a legislação sobre o tema: a decisão popular, soberana, calaria por muito tempo as vozes mais renitentes.
Sedimentando uma nova consciência sobre a questão no país. Marina jamais tomou alguma iniciativa ou se manifestou a favor do aborto. Pelo contrário, sempre fez a defesa incondicional da vida desde a concepção.
Lembramos também que, dos três mais importantes candidatos à presidência da República, Marina é a que, de fato, já pagou preço político, em situações reais, por se declarar contrária ao aborto. Já seus adversários, quando no poder, deram largos passos na direção da legitimação do aborto.
Marina é pela vida não só nesta questão, mas em todas as outras.
Sua trajetória de vida, sua luta política, seu compromisso ético demonstram que, na Presidência da República, sempre se pautará pelos valores cristãos que a colocaram onde está.
Ao comparar os candidatos, vemos como é gritante a diferença de estatura ética e espiritual: Marina é, de longe, a melhor. Sua vida cristã é vivida no dia-a-dia, não somente na hora das eleições.
É lamentável que uma minoria de líderes evangélicos insista em discutir apenas se um candidato é ou não a favor do aborto sem olhar suas propostas para o país, seu testemunho, seu passado, sua conduta e sua vida. Não vemos essa minoria de líderes questionar a ética, a competência, a integridade e as propostas dos candidatos.
Concordamos com Marina que há outros assuntos igualmente relevantes para um Presidente da República se ocupar, em especial em um país que se assombra com o número de analfabetos, a saúde precária, a inexistência de saneamento básico para a maior parte da população, a falta de oportunidades de emprego, a destruição de nossas riquezas ambientais, a violência e a corrupção, que encontra espaço nas mais altas esferas de poder.
É de Marina, também, o melhor plano de combate ao uso de drogas, que em seu governo certamente será uma das prioridades. Marina, por sua postura ao mesmo tempo firme e serena, representa para nós, evangélicos, uma grande oportunidade de lidar com a política de forma diferente da que temos lidado nos últimos anos.
Com Marina, a política se dá no campo do convencimento, da apresentação de argumentos, do debate de idéias, não no campo da imposição ou da barganha, como temos visto tantas vezes.
Além disso, sua capacidade de dialogar com todos os setores da sociedade contribui para combater o preconceito contra os evangélicos. Ela sempre assumiu aberta e corajosamente sua opção religiosa diante de todos, mesmo os mais preconceituosos quanto à fé e quanto ao fato de ser missionária da Igreja Assembléia de Deus.
Sabendo que governará para crentes e descrentes, Marina mostra respeito por todos, mas não nega suas convicções. Por isso nos sentimos felizes e honrados em apoiar uma candidata com tal estatura.
 
Marina Silva merece o voto de todo o povo cristão do Brasil.

Brasília, 29 de setembro de 2010.

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